25.8.21

The happiness of returns
















"O jardim parecia-se com um labirinto. 
Havia mundos de água: lagoas e ribeiros onde as flores e as folhas deslizavam misturando-se com o céu e as nuvens. 
Árvores enormes que deviam ter milhares de anos. 
Florestas de rododendros e camélias, onde a erva ficava coberta de flores vermelhas. 
Um arbusto de flores brancas e perfume intenso que dava vontade de entrar lá dentro e comer as pétalas. A mãe dissera-lhe que era uma Michelia. Ela sabia o nome de todas as plantas; como sabia o nome de todos os livros, de todos os quadros, de todos os rios." 


(Ana Teresa Pereira, in "Como se o mundo existisse")



Ano após ano regresso aos mesmos lugares, aos mesmos escritores, às mesmas histórias, ao mesmo jardim, às mesmas flores e aos mesmos areais. Em tempos em que a falta de liberdade e de identidade são problemas reais no mundo lá fora, sinto o enorme privilégio que é poder assim regressar sempre ao que me faz bem. 

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Year after year I return to the same places, the same writers, the same stories, the same garden, the same flowers and the same sands. In times where the lack of freedom and identity are real problems out there in the world, I feel the huge privilege that is to be able to always go back to what makes me good.


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