21.9.21

Last day of Summer















Hoje é o último dia de um Verão confinado e de máscara, o mais estranho de sempre. Quase não o senti. Passei-o com frio, constipada, à espera que chegasse... Só o senti verdadeiramente na pele em Setembro, depois de regressar de férias (só então tirei o edredão mais grosso da cama e o pijama). Os dias têm sido de sol quente, mas Setembro já há muito que se faz evidente - nas horas de luz, no sol baixo e dourado ao fim da tarde, nas manhãs frescas, as folhas caídas por todo o lado, as maçãs em abundância no quintal, e todas as cores terra que me apetece vestir. 
Talvez o problema seja meu, de estar demasiado encolhida há demasiado tempo. Ou dos tempos estranhos que todos enfrentamos hoje em dia. Ou das mudanças por aqui que me ocupam demasiado o pensamento, como uma filha a entrar pela primeira vez para a "escola a sério" em tempos de pandemia e a ter de crescer demasiado depressa. Ou talvez seja da idade, que me faz o tempo escapar cada vez mais entre os dedos. Ou talvez até nem seja nada disto ou isto todos os anos e a minha memória a ficar curta... 
Todos os anos faço o mesmo exercício de enumerar as coisas que me fazem adorar esta estação do meio, na vã esperança de as prolongar pelo Inverno adentro e, quem sabe, até à próxima Primavera! Este ano fizemos esse exercício em família, e os vencedores foram: 

- o gato no nosso colo mais vezes 
- as folhas das árvores a mudar de cor 
- a luz dourada das tardes, a luz mágica das manhãs frias 
- as camisolas e os pijamas quentinhos 
- crumble de maçã 
- gorros e cachecóis de lã 
- tricotar à lareira 
- a magia do Natal 
- as minhas playlists de Outono (1, 2)
- romãs 
- chocolate quente 
- o aroma da canela
- caminhadas matinais para ver o mundo despertar (e descongelar) 
- ouvir a chuva cair durante a noite 
- o cheiro a terra molhada 
- jantar à luz de velas 
- uma sensação de renovação no simples acto de desprender

...

 
Today is the last day of a confined Summer on a mask, the weirdest ever. I barely noticed it, feeling cold all the time, in a continuous wait for it to arrive... I only felt it in September, after returning from vacation (and only then I removed the thickets duvet from the bed, and left pijamas). These days have been warm, but September has long been evident - in the shortened days, in the low golden sun light on late afternoon, in the crisp mornings, the fallen leaves everywhere, the abundant apples in the backyard, and all the earthy colours I feel like wearing. 
Maybe it's my fault, for being shrunken for too long. Or it's the strange times we're all facing these days. Or the changes around here that been keeping my mind too busy, like having a daughter entering the "real school" for the first time in times of pandemic and having to grow up too quickly. Or maybe it's my age, which makes time slip more and more fast through my fingers. Or perhaps it's not even this or it's this every year and my memory is getting short... 
Every year I make the same exercise of listing all the things that make me love this middle season, in the vain hope of prolonging them into the winter and, who knows, until next spring! This year we did this exercise as a family, and the winners were: 

- the cat on our lap more often 
- trees changing colour 
- the golden light in the afternoons, the magical light of cold mornings 
- warm sweaters and pijamas 
- apple crumble 
- wool hats and scarves 
- knitting by the fireplace 
- Christmas magic 
- my autumn playlists (1, 2)
- pomegranates 
- hot chocolate 
- cinnamon's scent
- morning walks to see the world wake up (and unfreeze) 
- to hear the rain falling at night 
- the smell of wet ground 
- having dinner by candlelights 
- a sense of renewal in the simple act of letting go

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