16.12.10

Poemagem #45


Photo by Jacinta Moore


De neve nada sei, de sol também,
de milhares de sossegos acordados,
da subida do teu rosto atrás dos ombros,
da mão ardente, da vista da sacada
nada sei.
Ponho palavras como coisas feitas:
só entre elas, enquanto jogam, leves,
seu rodado sem cor nem qualidades,
minha ciência existe, e já não minha,
ou só tão minha como tua e delas,
ar entre os dedos, sumo de verdades.

(Pedro Tamen, O Aparelho Circulatório, 1978)



*Sobre o projecto Poemagem*

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