Esta época é, para mim, sinónimo de família e de reuniões com aqueles que me são queridos, aconchego e lar. E, ainda que o ruído seja muito, pois pelo meio há uma boa dose de correrias, compras, stress, conflitos para gerir, dinheiro para gastar, tarefas extra para fazer, prefiro focar-me no que resta da magia desta época, enquanto posso. Mas este é também tempo de pausa, depois de uma das épocas de maior trabalho. Aqueles dias em que, finalmente, expiro todo o ano que passou, e começo os meus balanços internos. Este ano, tal como nos outros, senti uma grande vontade de abrandar, e respeitar o meu corpo, já em modo de inverno e numa corrente oposta a tudo lá fora. E, pela primeira vez, desapeguei-me dos muitos planos que tinha para produzir trabalho, e deixei-me levar por uma maior lentidão. Deixei-me apoderar de um vazio que tem crescido, criativo e existencial. Uma necessidade de ficar quieta, num modo sem tempo, sem forma, sem nome. Como se eu estivesse coberta por uma camada de neve. E deixasse de ver o que está por baixo a germinar. E bem sabemos que não vale a pena desenterrar antes do tempo o que lá está, porque ainda vai nevar mais um pouco, e arruinaria as hipóteses de ver crescer alguma coisa depois. Por agora deixo-me estar, no colo deste vazio, certa de que, lá mais à frente, algo vai nascer. Algo novo ou renovado, não sei, mas confio que será bom.
Que este seja um Natal de nutrição, de esperança e muito amor!
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This season is, for me, synonymous with family and reunions with those dear to me, comfort and home. And, despite all the noise around, because in between there is a good dose of rush, shopping, stress, conflicts to manage, money to spend, extra tasks to do, I prefer to focus on what's left of the magic of this time, while I can. But this is also the time to pause, after one of the busiest seasons in work. Those days when I finally breathe out the past year and begin taking stock. This year, as in others, I felt a great need to slow down, and respect my body, already in winter mode and in an opposite current to everything outside. And, for the first time, I let go of the many plans I had to produce work, and let myself be carried away by slowness. I let myself be embraced by an emptiness that has grown inside lately, creatively and existentially. A need to be still, in a timeless, formless, nameless mode. As if I were covered in a layer of snow. And stopped seeing what is germinating underneath. And we know that it's not worth digging up what's there too soon, because it's still going to snow a little more, and that would ruin the chances of seeing something grow later. For now, I let myself be, in the lap of this void, certain that, sometime later, something will be born. Something new or renewed, I don't know, but I trust it will be good.
May this be a Christmas of nurture, hope and lots of love!
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