![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj0USrodK5jaEmrrPX76NhyphenhyphenZkwoqJzsA8O10PJ0bC7yX7QfgqcjMSXyl_rThtBYjiWpN-A7XhT0vO3L0ykJQqGxs4sZMJ4tg0tqhX1n3Ak-SZiNfxkaZFEJaEiAIbItISETmlzpQ/s320/26-10-07+6072.jpg)
As casas habitadas são belas
se parecem ainda uma casa vazia
Sem a pretensão de ocupá-las
tornam-se ténues disposições
os sinais da nossa presença:
um livro
a roupa que chegou da lavandaria
por arrumar em cima da cama
o modo como toda a tarde a luz foi
entregue ao seu silêncio
Em certos dias, nem sabemos porquê
sentimo-nos estranhamente perto
daquelas coisas que buscamos muito
e continuam, no entanto, perdidas
dentro da nossa casa
(José Tolentino Mendonça)
No comments:
Post a Comment