Às vezes parava o tempo
como um levita esquecido
na comunhão.
Parava-o, e ficava atento,
a ver a cor do milagre
a desmaiar-lhe na mão.
Era só erguer a pena
dum verso já começado,
dobrar a ponta da antena
no telhado.
Parava o tempo, e parava
o movimento de tudo;
o povo ficava mudo,
a beleza por cantar;
era um mundo que lembrava
um verso por acabar.
(Miguel Torga)
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Photo by Simon Wong
*Sobre o projecto Poemagem*
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