23.12.10

Poemagem #46

Palavras

Senta-te ainda à mesa - escreves
palavras tão compactas, tão opacas
como a luz que te cega. Cada dia
promete o infinito em meia dúzia
de palavras - o amor,
a vida, o tempo, a morte, a esperança,
o coração. Repete-as,
repete-as muitas vezes em voz alta
e escuta a sua música
até não quererem dizer nada.


(Fernando Pinto do Amaral, in Poemas Escolhidos( 1990-2007), Publicações Dom Quixote, 2009)



Photo by Ieva Jansone


*Sobre o projecto Poemagem*

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